Ainda ontem, Marcelo
Otsuka, irmão do prefeito Júnior Otsuka (PT) era apenas um Guarda Municipal que
trabalhava de sol em sol nas proximidades da Praça Raimundo Simas no centro de
Grajaú. Na época ele se lamentava de ser perseguido pela gestão do ex-prefeito
Mercial Lima de Arruda e sonhava um dia, pelas costas do irmão, chegar ao
poder. E foi o que ocorreu.
Dois anos depois ali
estava ele conhecendo o outro lado da moeda e sentindo como é ter o poder nas
mãos. Marcelo Otsuka é uma espécie de filho mimado do prefeito. Pinta e borda
em Grajaú praticando humilhações aos funcionários contratados pelo Executivo.
Prática que se tornou corriqueira no ano eleitoral de 2014. É bem verdade a
célebre frase do ex-presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln. "Se
quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder".
As ações de Marcelo
nada diferenciam daquelas do prefeito que, em menos de dois anos, mostrou quem
é de verdade ao desfazer a aliança que selou com Simone Limeira, levando
consigo o vice-prefeito e o procurador do município, respectivamente, Abmael e
Admiel Gomes Neto, até meses atrás correligionários de Flávio Dino, e que agora
cantam vitória com Antônio Pereira e Edinho Lobão. Há ainda outros ex-membros
do grupo “Simone-Dino” que preferem ficar calados para não perderem os seus
assentos no Executivo Municipal.
As práticas que vemos
na nova cara política grajauense, mais precisamente com a dupla dinâmica Júnior
Otsuka e Abmael Neto soam um tanto “sarneysistas” - pegando aqui uma carona na
expressão do jornalista Palmério Dória, autor do livro Honoráveis Bandidos - um
retrato do Brasil na Era Sarney. Como o velho coronel que outrora foi o rosto
da mudança para o estado, eles também assim o fizeram: ganharam a confiança, o
eleitorado, venceram outro coronel (Mercial Arruda), mas já mostraram que são
apenas mais do mesmo: novos rostos com velhas práticas arcaicas.
Poucos funcionários
tiveram a coragem de denunciar o aliciamento sofrido nas mãos de Marcelo
Otsuka, espécime nada raro de cabo eleitoral, pronto a vender até a alma para
ver o seu grupo eleito no próximo dia 5 de outubro. Claro, não é fácil estar
sendo perseguido em Grajaú sob ameaça de perder o emprego. O mais provável para
a maioria é engolir Lobos, Sarneys e Pereiras.
Como as inúmeras
Licianes, Zezinhos da Expoagra e professoras Marilenes que temos em Grajaú, é
hora, se não de bater de frente com os “MarcelosOtsukas” da vida, mas de votar
nos candidatos que são as melhores opções para Grajaú, para o Maranhão e para o
Brasil. Afinal de contas, ao votar será só você, a urna e a sua consciência. Dê
a sua resposta. No final das contas verá quem irá perder o emprego. Ah! é bom
lembrar: não se assustem se nas vésperas das eleições muitos pequenos aviões
cortarem os céus de Grajaú. Essa ação também faz parte das citadas velhas
práticas oligárquicas.