A
afirmação do bispo diocesano de Grajaú dom Franco Cuter, durante passeata de um
grupo de funcionários do Hospital São Francisco de Assis(HSF) no Dia Nacional
de Luto pela Crise das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos no último dia 25
de setembro, refere-se ao fechamento do serviço de obstetrícia do hospital
previsto para o próximo dia 7 de novembro, por falta de incentivo financeiro da
Prefeitura Municipal de Grajaú.
“Espero que essa mobilização possa chamar atenção das pessoas, fico
preocupado porque não só as autoridades, mas também a sociedade civil deveria
reconhecer o quanto foi, e é importante o hospital São Francisco. Estão
completamente ausentes da situação”, declarou o bispo em apoio ao movimento.
Dom Franco lembrou a importância do São Francisco para Grajaú e
região. “Todo mundo sabe o quanto é importante o serviço oferecido pelo
hospital São Francisco, que foi o primeiro hospital de toda essa área do sul do
Maranhão, que surgiu e foi referenciado por muitos anos de esperança, de vida,
também pela presença de frei Alberto que, além de médico, era missionário e
santo”.
Hoje, o problema que carece saúde é muito grave ainda; precisamos
de um atendimento digno da nossa população, que precisa dos serviços
competentes do HSF, porque continua sendo o lugar que acolhe a todos, onde a
saúde é uma referência, e conta com a direção dos Camilianos, uma entidade
competente e preparada quanto a gestão de hospitais”, comentou.
O religioso chamou a atenção das autoridades. “Para exercer seus
serviços, o hospital precisa do apoio, da colaboração, precisa que a autoridade
pública reconheça os serviços importantes que essa entidade filantrópica
oferece para os cidadãos. Agora dá tristeza ver que as nossas autoridades
parecem não conhecer esse trabalho. Tenho a impressão de que estão desejando e
esperando que o hospital São Francisco feche mesmo”, afirmou.
A autoridade da Igreja Católica lamentou ainda a postura do
Prefeito de Grajaú, Júnior de Sousa Otsuka, sobre a situação vivenciada pela a
casa de Saúde. “Eu até dirigi uma carta ao prefeito da cidade, mas até agora
ele nem se dignou de me dar resposta; sei como é a atitude das autoridades
dessa cidade, por isso acho que seja bom fazer apelos às autoridades públicas
que estão a serviço e não acima da sociedade; deveriam escutar os apelos e os
anseios do povo, procurando responder suas necessidades”.
O bispo mostrou-se preocupado também com a ausência da sociedade
civil que, segundo ele, deveria reconhecer o quanto foi e é importante o
hospital São Francisco. “O que me deixa um pouco perplexo é o fato de a
população ficar só olhando; parece que não é problema dela; não sei o que
poderíamos pensar para que a sociedade se mobilizasse; acredito que a sociedade
civil é também uma autoridade pública e deveria estar mais atenta a esse
problema”.
Por fim, dom Franco fez votos para que as iniciativas em defesa do
São Francisco possam sensibilizar e ajudar a superar esse momento de
dificuldade, e que o hospital possa continuar a ser referência de esperança,
saúde e vida para nossa população.