O presidente da Indonésia não atendeu ao apelo da presidente
Dilma Rousseff para poupar a vida de dois brasileiros presos no país asiático e
condenados à morte por tráfico de drogas, segundo informou nesta sexta-feira
(16) o assessor especial para assuntos internacionais do Brasil, Marco Aurélio
Garcia.
Os dois brasileiros são Marco Archer e Rodrigo Gularte. Segundo Garcia,
Dilma conversou por telefone nesta sexta com o presidente indonésio, Joko
Widodo. De acordo com o assessor, o fuzilamento de Archer deve ocorrer no
domingo na Indonésia – 15h deste sábado (17) no horário brasileiro.
"Não houve sensibilidade por parte do governo da Indonésia para o
pedido de clemência do governo brasileiro. Em princípio, a execução deve se dar
à meia-noite de domingo, hora de Jacarta, às 15h no horário de Brasília",
informou Garcia.
Ainda de acordo com o assessor de Dilma, o governo brasileiro fez uma
série de tentativas para conversar com o presidente indonésio antes de ser
finalmente atendido.
"A presidente manifestou seu desejo de conversar por telefone com
o presidente da Indonésia e, particularmente, há cerca de oito dias, nós
convocamos o embaixador da Indonésia no Brasil aqui no Palácio do Planalto para
transmitir esse desejo da presidente Dilma", afirmou Garcia.
Segundo ele, como não havia resposta, o embaixador foi chamado uma
segunda vez. "Para nós, parecia urgente que essa conversa telefônica
pudesse ocorrer. Depois de uma série de iniciativas, hoje pela manhã, às 8h
pelo horário de Brasília, a presidente pôde conversar por telefone com o
presidente da Indonésia", informou o assessor.
Em nota (veja íntegra ao final desta
reportagem), o governo brasileiro informou que o presidente Widodo disse
“compreender” o apelo da presidente Dilma com os cidadãos brasileiros,
mas ressaltou que não poderia reverter a sentença de morte imposta a Archer,
“pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos
brasileiros foi garantido o devido processo legal”.
Garcia disse que Dilma lamentou profundamente a decisão da Indonésia e
que a postura do país asiático joga uma "sombra" nas relações entre
os dois países.
“A presidente lamentou essa posição do governo indonésio e chamou
atenção para o fato de que essa decisão cria, sem dúvida, sombras nas relações
entre os dois países”, completou o assessor da Presidência.
Garcia concluiu a entrevista coletiva dizendo que o governo brasileiro
espera que "um milagre reverta essa situação".