O jornal
britânico Financial Times afirmou
que o escândalo de corrupção na petroleira “ameaça engolir o governo”
brasileiro.
O Guardian,
também da Grã-Bretanha, destacou que até R$ 23 bilhões poderiam ter sido
desviados da estatal para o pagamento de propina a políticos. Ao se referir a
Foster, o jornal disse que o escândalo fez “sua vítima mais proeminente” até
agora.
O Le Monde, da
França, disse que Foster foi “expelida” da Petrobras junto com cinco diretores
e ressaltou o suposto envolvimento de grandes empreiteiras brasileiras em
esquemas de suborno para a conclusão de contratos.
O americano New York Times chamou a atenção para o fato de Foster
ter sido escolhida pessoalmente por Rousseff.
O jornal afirmou também que prevaleceu a
sensação de que a ex-presidente da estatal não teria capacidade para lidar com
o escândalo em um momento em que a baixa dos preços do petróleo forçam a
redução de investimentos em projetos de alto custo.
O Financial Times afirmou que a
Petrobras deixou de ser conhecida por suas “proezas tecnológicas e descobertas
gigantes de petróleo” para se tornar “um símbolo de conduta ilegal e objeto de
ridicularização para muitos brasileiros”.
O Financial Times deixa claro que a
ex-chefe executiva da Petrobras não foi ligada ao esquema de corrupção, mas
sofreu críticas pela forma como conduziu a crise.
O periódico também destacou a
dificuldade que o governo brasileiro terá para encontrar um substituto para
Foster capaz de reaver a confiança de investidores.
Especialistas entrevistados na
reportagem afirmam que muitos executivos de alto perfil pensam duas vezes antes
de aceitar cargos como os que ficaram vagos na Petrobras. Isso porque a lei
brasileira permitiria que seus bens pessoais sejam afetados.
Assim, o próximo ocupante do cargo
poderia ser responsabilizado pessoalmente por futuros desdobramentos do
escândalo – especialmente depois de auditorias externas terem se recusado a
aprovar as contas apresentadas pela Petrobras – o que torna difícil a escolha
do sucessor.
O jornal também afirmou que o governo
brasileiro não estaria disposto a atribuir oficialmente um montante ao dinheiro
desviado da Petrobras para que a cifra não seja usada eleitoralmente. O jornal
atribui a informação a fontes anônimas.
Fonte: BBC Brasil