O cemitério do bairro Expoagra virou alvo de curiosos na manhã desta quinta-feira (16), durante a presença do IML (Instituto Médico Legal) de Imperatriz, para exumação do corpo de João Cruz de Sousa Dias, ex-dono de uma Funerária na Av. Hilton Nunes, morto no dia 29 de setembro de 2007, durante uma ação policial após o mesmo ter executado o policial Leontino Cardoso Oliveira Filho, que foi morto com um tiro na cabeça por João Cruz Sousa Dias.
No cemitério homens quebraram e escavaram o tumulo
de João Cruz, para a retirada dos restos mortais do corpo, para que pudesse ser
analisado pelo IML, no intuito de encontrar as balas que ficaram alojadas no
corpo da vítima durante o assassinato.
Após a retirada do cadáver o mesmo foi espalhado
sobre um tumulo onde os legistas, puderam pesquisar ossos por ossos e procurar
projeteis de
balas, que ficaram alojados no corpo da vítima. O irmão de João
Cruz acompanhou o processo de exumação, junto com a esposa do morto e, deu
informações sobre quantos tiros João Cruz pegou e a região onde as balas
entraram.
Os legistas encontraram 03 balas de
revolver calibre
38, usado durante o assassinato. Junto com as balas foram retirados duas juntas
da coluna óssea da espinha dorsal do corpo, porque esse espinhaço estava com
marcas de atingido por uma das balas, após a retirada dos projeteis o corpo foi
devolvido ao tumulo e enterrado novamente.
O delegado de policia civil Idaspe Perdigão Freire,
em entrevistas ao De Olho em Grajaú, declarou que; Esse procedimento diz
respeito ao assassinato de duas pessoas, o policial Leontino Cardoso Filho
morto por João Cruz com um tiro na cabeça e o próprio João Cruz de Sousa, que
segundo a justiça foi morto por outros policiais durante a tentativa de sua
prisão. O delegado disse que segundo os policiais militares a morte de João
Cruz se deu após ele reagir a ordem de prisão e, em razão desse fato o MP (Ministério
Público) Estadual, requisitou a exumação do corpo para que a policia técnica verifique
as circunstancias presentes no cadáver que possam constatar, quantos tiros
atingiram o João Cruz, quais foram a localização desses disparos para que se
possa averiguar se houve excesso da policia militar, durante o ato da prisão.
Declarou Perdigão Freire.
Sobre a possível possibilidade de exumar também o corpo de Leontino, o delegado descartou essa hipótese porque o autor do assassinato do PM também se encontra morto, então não há responsabilidade penal a se imputar ao morto. Agora sobre a morte de João Cruz constante nos autos, este sim, os policiais que tentaram efetuar sua prisão que resultou na morte, ainda estão sujeitos a investigação e a ação penal que transcorrerá normalmente, a partir de agora desse ato de exumação do corpo.O delegado finalizou informando que se por acaso, for comprovado o excesso policial que resultou na morte de João Cruz, considerando que os fatos ainda não se encontram prescritos, ainda cabe ao Estado perseguir a punição a quem foi responsável pelo excesso e, os policiais estão sujeitos a responder uma ação criminal e futuramente serem submetidos a um julgamento pelo tribunal do júri. Finalizou o delegado de policia civil de Grajaú.