Estava pensando em
escrever um artigo, para este início de ano, com o enfoque no tema da
Misericórdia; porém… no nosso Maranhão tem sempre um porém e, como diz um
provérbio chinês: “A verdade começa depois do porém”. E o nosso porém se chama
CEMAR… Infelizmente o histórico, de Alto Brasil e região, com a CEMAR sempre
foi muito sofrido e conturbado, pelo péssimo serviço prestado.
Por volta do ano 2012, graças à sábia mediação
do então Promotor, Dr. Róstão, devido a um conjunto de multas que foram
aplicadas, o serviço melhorou bastante. Por uns dois anos, mais ou menos,
tivemos o que poderíamos chamar de “atendimento razoável”. Contudo, de um ano
pra cá, por motivos sempre desconhecidos pelos usuários, as quedas de tensão
com falta de energia foram se multiplicando. Isso tudo sem aparentes
justificativas, haja visto o atraso na chegada do inverno.
De uns quinze dias
pra cá, com os primeiros sinais de chuva com vento e alguns relâmpagos, a
situação deflagrou de vez. Praticamente não passou dia em que, pelo menos por
uma hora, não faltou o fornecimento de energia. Até na noite da virada de ano,
talvez para nos alertar no que vai acontecer neste 2016, a nossa “santa CEMAR”
nos deixou sem energia elétrica, das 2.00hs de madrugada até às 13.00hs.
Com certeza dá para
perceber que é preocupação da empresa não deixar completar as 24hs sem energia;
talvez para evitar as recaídas legais de um tal acontecimento. Mesmo assim, as
continuas e repetidas alterações no fornecimento do serviço, já provocaram
danos seriíssimos na única bomba do único poço, que fornece a água do inteiro
Povoado. Hoje, dia 03/01, já estamos há vários dias sem o fornecimento regular
de água potável. Quer dizer que, se não forem tomadas imediatamente as devidas
providências, a previsão é de ficar sem água potável, alem de estar sem energia
elétrica.
Se somarmos a tudo isso o fato que estamos sem telefones, desde o mês
de Julho, o que nos resta? Só nos resta nos enterrarmos vivos, já que não temos
direito a nada. Os sábios de sempre levantar-se-ão, agora, nos ensinando “os
deveres de casa”, como se ensina aos coitados, que não sabem tomar de conta de
suas vidas: “Vocês devem se unir”, “Devem protocolar um documento na CEMAR,
avisando sobre o que está acontecendo”, “Devem fazer um abaixo assinado e entregá-lo
ao Promotor” e assim vai. Desta forma, daqui a três ou quatro meses, seremos
convocados, para fazermos um acordo; porque se não fizermos um acordo “os
mestres da lei” dirão que somos ignorantes e desbravados.
Se a subestação de
Grajaú não dá conta de tantos usuários, por que não se tira a energia do
“glorioso” Distrito Industrial ou das luminárias de Grajaú, para fornecer um
serviço básico previsto pela Constituição Federal? A resposta é muito simples: infelizmente
no nosso Maranhão o interior é território para o gado comer, não para o povo
viver. Nós simplesmente não existimos por aqueles que gostam de serem chamados
de “autoridades”.
Pe. Marcos Bassani