O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou que o
diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, instaure inquérito para
apurar o vazamento das informações sobre pedidos de prisão contra integrantes
da cúpula do PMDB na Operação Lava Jato. Janot já havia anunciado que tomaria
medidas contra o vazamento
Os pedidos de prisão foram feitos há
cerca de três semanas e ainda estão sob análise do ministro Teori Zavascki,
relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
O procurador argumentou que o presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o
ex-presidente José Sarney agiram para tentar obstruir as investigações. Janot
também pediu a prisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), por entender que mesmo fora do cargo ele continua tentando
prejudicar as apurações.
Na semana
passada, Janot discursou em evento da Procuradoria Geral Eleitoral e negou ter
vazado as informações. Disse que acusações contra a procuradoria foram levianas
e questionou sobre quem seria beneficiado com a publicação das informações
sobre os pedidos de prisão.
Justificativa
dos pedidos de prisão
A alegação da PGR de que Renan, Sarney e Jucá estariam agindo para barrar a Lava Jato se baseia, segundo o jornal “O Globo”, na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
A alegação da PGR de que Renan, Sarney e Jucá estariam agindo para barrar a Lava Jato se baseia, segundo o jornal “O Globo”, na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Ainda de acordo com a reportagem, os
áudios trazem indícios de que os três peemedebistas queriam limitar as
investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Na visão do Ministério Público, Renan,
Sarney e Jucá conspiraram para atrapalhar as investigações da Lava Jato.
Entre as ações
dos três caciques do PMDB nesse sentido estão, segundo a
Procuradoria-Geral da República, a tentativa de mudar a decisão do Supremo que
prevê a prisão de condenados a partir da segunda instância; a tentativa de
mudar a lei para permitir delação premiada apenas para pessoas em liberdade, e
não para presos investigados; e também uma pressão dos três para que acordos de
leniência das empresas pudessem esvaziar todas as investigações.
No caso de
Cunha, o Ministério Público alegou que a decisão do Supremo de afastá-lo
da presidência da Câmara e do mandato de deputado federal não
surtiu efeito e o parlamentar continua a interferir no comando da Casa.