Roseana Sarney se desfaz do patrimônio para driblar a Justiça


Roseana Sarney está se movimentando para se livrar da riqueza acumulada em quatro mandatos como governadora do Maranhão. Apontada como responsável pelo desvio de mais de R$ 1 bilhão do erário, em esquema sofisticado montado na Secretaria de Estado da Fazenda, Roseana não comentou sobre a decisão da juíza Oriana Gomes em sequestrar seus bens e bloquear suas contas bancárias. Nos veículos de comunicação, o assunto foi plenamente ignorado. Roseana é dona de cotas da TV Mirante, das rádios Mirante e Litoral Maranhense; e da Gráfica Escolar (editora do jornal O Estado do Maranhão), complexo de comunicação controlado pela família desde que Sarney ocupou os palácios dos Leões, no Maranhão; e do Planalto, em Brasília. O maior valor das cotas societárias da ex-governadora, quase R$ 3 milhões (a preço de 2010), é da TV Mirante, emissora afiliada da Rede Globo que estaria sendo negociada com grupo empresarial de Minas Gerais. O grupo trama o assunto em segredo.
Recentemente emaranhada nas operações Lava Jato, Simulacro, Sermão dos Peixes, Roseana tem folha corrida notória. Pretensa candidata à Presidência da República, em 2002 após deixar o governo, viu o sonho se derreter ao ser flagrada pela Polícia Federal com R$ 1,3 milhão em notas de cinquenta e cem na burra de um escritório. O marido Jorge Murad, suposto dono do escritório e da grana, inventou sete versões para explicar a origem do dinheiro vivo no cofre. Todas sem nexo com a realidade. A influência do Sarney devolveu o dinheiro à família. Ainda bem que sem juros para o contribuinte.
À Justiça Eleitoral, na eleição para o quarto mandato, a filha do senador José Sarney apresentou uma declaração de bens, beirando R$ 8 milhões. À época sua conta bancária – incluindo caderneta de poupança (pobre Roseana!) – continha em depósitos exatamente R$ 803.398,91 distribuídos em cinco contas bancárias. Todas em bancos brasileiros, preferencialmente Bradesco, entidade financeira que detinha conta do estado.
Durante seus mandatos como governadora, Roseana dizimou o patrimônio público do Maranhão, deixando o Estado mais pobre e se tornando mais rica. Vendeu o Banco do Estado do Maranhão numa operação financeira marota, endividando o estado; vendeu a Cemar, mantendo nos quadros administrativos prepostos do grupo; emprestou dinheiro para um chinês montar uma fábrica de ilusões em Rosário, e doou um terreno gigantesco para uma Refinaria que não saiu do papel. Isso para citar algumas das suas peripécias administrativas.
A justiça do Maranhão determinou nesta sexta-feira (10) o bloqueio das contas bancárias da ex-governadora do estado Roseana Sarney (PMDB), suspeita de participar de esquema criminoso que desviou mais de R$ 1 bilhão da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) no período em que ela governou o estado entre os anos de 2009 e 2014. Também nesta semana, de acordo com a revista Veja, Roseana teria sido citada na delação do executivo da Odebrecht, João Pacífico, operador da propina distribuída pela empreiteira a políticos da região nordeste.

Mas essa não é a primeira vez que a ex-governadora tem seu nome envolvido em escândalos de corrupção, e contra ela pesa um extenso histórico de acusações. Os supostos ilícitos cometidos pela ex-governadora não se restringem aos esquemas fraudulentos de isenções tributárias durante seu governo. Existem especulações que Roseana teria subtraído vantagens irregulares para campanha eleitoral já em 2006, mas primeiras denúncias contra Roseana Sarney surgiram apenas em 2014, último ano do seu mandato à frente do governo do Maranhão e já no âmbito da Operação Lava Jato.


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