Indígenas
acampados em Brasília fecharam a Esplanada dos Ministérios durante uma marcha
até o Congresso Nacional, na tarde desta terça-feira (25). A caminhada começou às
15h. Por volta das 15h30, os índios desceram correndo o gramado em frente ao
Congresso e foram impedidos por policiais da Tropa de Choque de acessar a
entrada que dá acesso à Câmara e ao Senado.
De
acordo com a Polícia Militar, 2 mil índios participaram da manifestação. A
organização do ato fala em 3,4 mil. A PM usou bombas de gás, balas de borracha
e spray de pimenta para impedir que os manifestantes seguissem em direção ao
prédio. Em resposta, indígenas atiraram flechas contra os militares e em direção
ao Congresso.
Mais
numerosos do que os policiais, os manifestantes conseguiram furar o bloqueio e
começaram a pular dentro do espelho d'água. Caixões de papel foram jogados no
gramado e também na água. O grupo protesta contra o governo do presidente Michel
Temer e reivindica o avanço na demarcação de terras indígenas.
Índios
de diferentes etnias estão reunidos em Brasília para a 14ª edição do
Acampamento Terra Livre (ATL). O objetivo é pedir mais respeito à natureza e à
demarcação de terras. O evento é promovido pela Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil (Apib) e deve se estender até a próxima sexta-feira (28).
Por
volta de 16h, um pequeno grupo de manifestantes chegou a descer a rampa em
direção à chapelaria do Congresso – rota de passagem para visitantes e
parlamentares –, mas subiu novamente sem conseguir acessar a parte interna do
prédio.
Por
diversas vezes, mulheres que participavam do ato tentaram formar um cordão
humano em torno do gramado central da Esplanada, na área próxima ao Congresso.
O grupo foi impedido pela PM. Segundo os manifestantes, uma mulher ficou ferida
e quatro índios foram presos.
No
auge do confronto, os dois sentidos da Esplanada chegaram a ser interditados.
Por volta das 16h30, os índios ainda bloqueavam o trânsito no sentido
Congresso-Rodoviária do Plano Piloto, mas as faixas na direção contrária
estavam liberadas para veículos.
O ato
surpreendeu motoristas que passavam pelo local. "Estava indo buscar um
passageiro mas me pararam aqui. Eles fecharam a pista, mas tem um cliente me
esperando no Supremo [Tribunal Federal]", disse o taxista Gilberto Ramos.
A
manifestação terminou às 18h. As vias foram liberadas e os indígenas voltaram
para o acampamento montado em uma área próxima ao Teatro Nacional, onde
pretendem ficar até o fim da semana.
G1.com