O ex-juiz e autor da
Lei da Ficha Limpa, Marlon Reis, questionou a decisão da comissão especial da
reforma política da Câmara Federal, que aprovou nesta quarta-feira (09),
alteração na forma de eleger deputados e vereadores. Em vez da eleição
proporcional, entra o sistema de voto majoritário, pelo qual se elegem os mais
votados, o chamado distritão.
Segundo
Marlon, a medida tem o único objetivo de favorecer os candidatos mais ricos. ”
O distritão favorecerá os candidatos ricos e os que já têm mandato.
Representação das minorias tende a desaparecer”, analisou em postagem nas redes
sociais.
O
maranhense é considerado uma das maiores autoridades no combate a corrupção no
sistema político e tem militado pela igualdade nas eleições. Segundo o ex-juiz,
a manobra tem por objetivo evitar o surgimento de novas lideranças e dificultar
a candidatura de nomes menos conhecidos. “Um absurdo esse distritão. A maneira
que encontraram de assegurar a reeleição e destruir as minorias.”
Na
prática, o sistema beneficia a reeleição dos atuais deputados uma vez que eles
têm recall político, visibilidade midiática e a máquina administrativa.
O destaque
foi aprovado por 17 votos a 15, mais duas abstenções. Entre os parlamentares
maranhenses membros da comissão, Hildo Rocha (PMDB) votou a favor do distritão,
Eliziane Gama (PPS) foi contra.
Agora o
projeto seguirá para votação no plenário da Câmara.