A polícia maranhense finalmente conseguiu ouvir, ontem
(13), em Barra do Corda, o advogado Luís Augusto Bonfim Neto (OAB-MA 8895), que
Manoel Mariano de Souza Filho, o “Júnior do Nenzim”, procurou, antes de levar o
pai – o ex-prefeito “Nenzim” – para ser socorrido, após este ser baleado na
nuca, na manhã quarta (6). O advogado cuidava de um processo que “Nenzim” e o
filho moviam na Justiça Eleitoral contra o atual prefeito de Barra do Corda,
Eric Costa (PCdoB).
Segundo disse ao Jornal Pequeno, por
telefone, o delegado regional de Barra do Corda, Renilton Ferreira, Luís
Augusto disse que “Júnior do Nenzim” ligou para ele às 7h09 do dia do
homicídio, dizendo que estava indo encontrá-lo, e apenas 20 minutos depois (cerca
de 7h30) chegou à casa do advogado.
“O advogado nos afirmou que em nenhum
momento Júnior do Nenzim disse que o pai estava baleado no carro. Ele, Júnior,
teria primeiro pedido um copo com água, e, depois de beber, teria saído da
residência, ficando encostado num poste. Foi só nessa hora, disse o advogado,
que ele, o advogado, saiu da casa e viu Nenzim ferido, agonizando no interior
do veículo, uma caminhonete Ford Ranger, pertencente a Júnior”, disse ao JP o
delegado Ronilton.
Depois disso, o advogado Luís Augusto teria
assumido a direção da caminhonete e se dirigido à UPA de Barra do Corda,
passando antes no local que foi sede do comitê de Júnior, a pedido deste, para
pegar o motorista de “Nenzim”, que passou a conduzir o veículo a partir de
então.
Com o depoimento do advogado, a situação de
“Júnior do Nenzim” se complicou ainda mais. Agora, além de a polícia já ter em
mãos provas periciais técnicas de que “Nenzim” foi alvejado dentro da
caminhonete, com um tiro disparado quase à queima-roupa – diferentemente da
versão do filho, de que dois pistoleiros teriam executado o pai, à distância,
quando este desceu para urinar –, ficou confirmado o que a polícia já havia
concluído: que “Júnior” demorou mais de 30 minutos para socorrer o pai.
Um revólver calibre 38, encontrado na
segunda-feira (11), no posto de combustível Carreteiro Alvorada (localizado na
saída de Barra do Corda, sentido Grajaú), de propriedade da família do
ex-prefeito, também pode incriminar de vez o filho de “Nenzim”, já que a arma é
compatível com a que teria sido usada no homicídio. Segundo o delegado Ronilton
Ferreira, o revólver foi trazido a São Luís para passar por perícia.
De O Informante