O pastor
George Alves, ou melhor, um Lobo na pele de Cordeiro a esposa e os filhos. A
mulher não teve participação no crime.
O pastor
evangélico George Alves, da Igreja Batista Vida e Paz, assassinou o próprio filho,
de 3 anos, e o enteado, de 6. A informação, baseada em laudos periciais, foi
confirmada pela Polícia Civil do Espírito Santo nesta quarta-feira (23) de maio
de 2018.
A perícia
revelou ainda que George Alves estuprou os meninos antes de matá-los de maneira
cruel: eles foram queimados vivos.
O crime aconteceu no mês passado, em 21 de
abril, na cidade de Linhares, no Espírito Santo. A princípio, o pastor George
Alves, que estava sozinho em casa com os meninos, disse que eles morreram em um
incêndio que atingiu apenas o quarto onde as vítimas dormiam.
O pastor
chorou na primeira entrevista que concedeu à imprensa. George disse que tentou
salvar os meninos, mas a polícia identificou inconsistências em sua fala.
Menos de
24 horas depois da morte de Joaquim Alves Salles e Kauã Salles Butkovsky,
câmeras de segurança flagraram o pastor George e a mãe dos meninos em uma
lanchonete. Ambos aparentavam normalidade.
De acordo
com o inquérito, a mãe não teve participação no crime e não será investigada. No dia do crime, Juliana Salles
estava em um congresso em Minas Gerais com o filho mais novo do casal.
George
Alves está preso desde o dia 28 de abril. A polícia afirma que ele alterou o
local do crime e fez contato com testemunhas. Ele foi indiciado por duplo
homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulneráveis. A soma máxima
das penas pode chegar a 126 anos.
Delegado descreve assassinatos
“Naquela
madrugada, o investigado, inicialmente, molestou as duas crianças, tanto o
filho biológico Joaquim quanto o enteado Kauã, mantendo um ato libidinoso”,
disse o delegado André Jaretta.
“Com as
duas vítimas ainda vivas, porém desacordadas, o investigado as levou até o
quarto, as colocou na cama e ateou fogo nas crianças, fazendo com que elas
fossem mortas com o calor do fogo”, explicou Jaretta.
“Isso
tudo é comprovado pelo exame pericial. As crianças continham fuligem na
traqueia e o exame demonstrou que elas ainda respiravam quando começou o
incêndio”, concluiu o delegado.
Pastor fez culto evangélico
depois do crime
A polícia
ainda não desconfiava de George Alves e não tinha elementos para incriminá-lo
nos instantes que sucederam o crime. Apenas um dia depois dos assassinatos,
como se nada tivesse acontecido, o pastor realizou um culto em sua igreja.
Durante o
ato religioso, George contou, no microfone, diante de dezenas de fiéis, uma
versão mentirosa do que havia acontecido naquela madrugada. O pastor alegou que
houve um incêndio acidental e ele tentou salvar os meninos.
“Quero
agradecer a todos a solidariedade e as orações. Quero dizer que só há um
caminho e esse caminho não acaba na cruz, mas na ressurreição. Não há nada que
me faça parar agora, entrar num quarto, entrar em depressão porque eu creio que
há um senso de urgência: o mundo precisa de Deus. Não há uma resposta para o
mundo, se não for Deus”, bradou.
Ainda sem saber que George era o autor do
crime, alguns jornais religiosos louvaram a sua atitude de ministrar um evento
religioso após a morte das crianças: “Mesmo depois da dor de perder os filhos,
o pastor continuou testemunhando o amor de Deus às pessoas (sic)”, publicou um
veículo de notícias gospel.