Após 20 anos indígenas que mataram dois jovens na BR 226 na reserva indígena são condenados pela justiça



Após 20 anos, a Justiça condenou três índios que mataram dois comerciantes a tiros e golpes de facão na BR-226, em Barra do Corda, a 350 km de São Luís. O crime aconteceu no dia 27 de outubro de 1999.
A polícia acusou os índios José Mathias Isaac Guajajaras, Argemiro Guajajaras e Valdemir Tomaz Guajajaras de serem os assassinos. Em março deste ano, todos foram condenados a 47 anos e seis meses de prisão por latrocínio. Os três estão na Unidade Prisional de Ressocialização de Barra do Corda.

O crime

Segundo a polícia, o crime aconteceu por volta das 10 horas da manhã. Os comerciantes Jeová Alves Palma, de 36 anos, e Magno Araújo, de 30 anos, voltavam para casa após o trabalho. Eles viram um corpo estendido à beira da estrada, pararam o carro e foram atacados por um grupo de índios armados.
Após serem mortos, Jeová Alves ainda chegou a ser degolado com facão, enquanto o corpo de Magno Araújo foi arrastado por mais de 200 metros no asfalto.
“Eles levaram um pedaço de mim. Acabaram com a minha vida”, relatou na época a mãe de Jeová, Maria de Lourdes Palma.

“A dor que eu sinto não tem tamanho. Essa dor só poderia passar pelo menos tivesse punição para eles, não ficasse impune. Fazer um negócio desse não tem condição. Ele [Jeová] não fez coisa nenhuma", disse na época João de Souza Filho, pai de Magno, que atualmente já é falecido.
As irmãs de Jeová Alves comentaram a decisão da Justiça. Elas disseram que ainda recordam do crime e ficaram satisfeitas com a condenação.

“Apesar de ser criança, mas eu lembro de cada detalhe daquele dia. Eu lembro das esperanças falsas de não ser eles. Eu lembro de tudo. (...) O crime estava próximo a prescrever e o juiz, sabiamente, os condenou antes que isso acontecesse. Ele exerceu a Justiça, assim como a gente esperava um dia que acontecesse", contou a irmã Gicélia Alves.

"Sempre a gente espera isso né e volta tudo. As lembranças, o que aconteceu, até a dor ainda volta. Foi uma morte muito traiçoeira, mas não era só nós, eram muitas pessoas que estavam lutando para fazer justiça, mesmo quando a gente não acreditava mais", disse a irmã Josélia Alves.

G1/MA

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