Com os novos casos, lista de
denunciantes sobe para 3; laboratório lança nota 'envergonhada' afirmando que
afastou acusado da diretoria. A cada dia
aumenta o número de mulheres que comparecem à Delegacia da Mulher para
registrar ocorrência de assédio sexual contra o empresário Paulo Braid Ribeiro
Júnior, diretor administrativo do Centro Ambulatorial de Diagnóstico Holandeses
(CADH) e sócio proprietário do
Laboratório de Análises Clínicas do Maranhão (Lacmar). Os relatos mostram que,
o modus operandi, é sempre o mesmo, um executivo usando o poder do cargo,
colocava as funcionárias numa série de situações constrangedoras com o objetivo
de praticar atos sexuais com as vítimas.
Dezesseis dias depois de o
primeiro caso vir à tona, o blog tomou conhecimento que a lista de crimes
atribuídos ao empresário Paulo Braid, apontado como "Maníaco do
Lacmar", cresceu. Ainda pouco, mais uma vítima deixou as dependências da
Delegacia Especial da Mulher para denunciar o empresário. “Entre algumas
situações, quando estava sentada, ele já chegava encostando o pênis e roçando
no meu braço. Em outros momentos, ao fazer menção de que iria me cumprimentar,
logo puxava a mão, pegando a minha e encostando na genitália dele. Sem
contar, ainda, as vezes que me trancava na sala, querendo me forçar a manter
relações sexuais”, disse no relato a supervisora da área de faturamento, que
trabalhou na empresa por seis anos.
Assim como as demais
denunciantes, a supervisora narrou o constrangimento que passou em
função do comportamento do ex-chefe. "Com o objetivo de satisfazer a
lascívia, ele prometia me demitir, caso não fizesse o que ele queria, e como
não cedi, acabei sendo demitida", lembrou a vítima.
Ainda no BO, a denunciante
disse, também, que a sua demissão se deu pelo fato “de ter conhecimento das
irregularidades que eram praticadas no setor em que trabalhava, no caso, o
faturamento”, finalizou.
O ESTOPIM – COMO TUDO COMEÇOU
As denúncias contra Paulo
Braid Júnior vieram à tona no último dia 4, quando a primeira vítima, no caso a
secretária do próprio acusado, além de relatar a titular do blog o ocorrido,
também procurou às autoridades competentes. Segundo a secretária,
o suspeito teria lhe assediado, enviando 'nudes' durante e fora o horário de
trabalho.
“Cheguei a procurar os
diretores da empresa, no caso, a Patrícia Vasconcelos Ribeiro e o Plínio
Tuzzolo e relatei o ocorrido. A Patrícia, que faz parte do Conselho Administrativo
e é cunhada do Paulo, me disse que, infelizmente, a corda sempre arrebenta para
o lado mais fraco. Já o Plínio, teve a cara de pau de dizer que se tivesse
“dado” para ele(Paulinho), certamente estaria com meu emprego”, em tom de
revolta, narrou a primeira denunciante.
De acordo com as acusações, a
funcionária acabou sendo demitida pelo simples fato de não querer manter
relações sexuais com o empresário, e juntamente com a mesma, outros membros da
família. Várias fotos do suspeito nu, exibindo as genitálias, além de inúmeros
trechos de conversas, via aplicativo de mensagem, foram apresentadas à
autoridade policial, e deverá embasar o procedimento inquisitório que será
instaurado.
SEXO A TRÊS
No dia 05/04, outra
funcionária também registrou ocorrência, relatando situação semelhante . A
segunda vítima, no caso uma enfermeira, detalhou um convite feito pelo
empresário para ir ao motel Le Baron, juntamente com outra funcionária, com o
objetivo de realizar sessão de sexo a três. De forma unânime, as vítimas
relatam que o patrão as teriam assediado, enviando 'nudes', dentro e fora do
expediente de trabalho.
DESCONHECIMENTO DA PALAVRA RESPEITO
Ao que tudo indica, Paulo
Braid Júnior não conhece o significado da palavra respeito, muito bem definida
no dicionário Aurélio. Além do relato das vítimas, ao ser procurado pela
titular deste blog que, coincidentemente, também é mulher, para se pronunciar a
respeito das denúncias, em tom de arrogância, o suspeito declarou: “pode
colocar o que bem entender. Tudo isso não passa de mentira. É tudo fack news,
até porque as imagens não reportam a realidade, pois eu tenho o pau grande e
grosso”. Antes de desligar o telefone, ainda foi dita aquela frase clássica:
“tu sabes com quem estais falando”?
Diante da situação acima
narrada, pergunta-se: se com uma jornalista no exercício da atividade
profissional, tentando cumprir o que impõe os ditames legais, ele se comportou
desta forma, agora imaginem em uma relação de subordinação e hierarquia, onde
ao que parece, mulher é um mero objeto sexual?
CONCORRENTES JÁ SE MOVIMENTAM
A família Braid atua há
vários anos na área da saúde, sendo proprietária de inúmeros empreendimentos,
incluindo uma maternidade, no bairro do Olho d'Água, laboratórios e clínicas,
além de manter contratos com o Governo do Estado e Prefeituras.
Nos bastidores, já se comenta
que as denúncias podem afetar os negócios das empresas. Na ocorrência
registrada hoje, a denunciante que trabalhou na área do faturamento, fez
algumas insinuações quanto à gestão.
ENVERGONHADA, EMPRESA AFASTA
MANÍACO
Sete dias depois que as
denúncias de assédio sexual envolvendo um de seus diretores, o Grupo Mercúrio,
que controla diversas empresas no setor da Saúde no Maranhão, anunciou o
afastamento do diretor Paulo Braid Ribeiro Júnior, denunciado por assédio
sexual a funcionárias.
A nota, envergonhada,
publicada no blog Marco Aurélio D’Eça no dia 10 deste mês, diz que a empresa
reafirma compromisso com a ética e o respeito aos colaboradores e revela que o
Conselho Administrativo decidiu por apuração independente dos fatos. O
comunicado foi tão vexatório que sequer citou o nome de Paulo Braid Ribeiro
Júnior no texto.
Abaixo, a íntegra da nota do
Grupo Mercúrio:
“O Grupo declarou que lamenta
profundamente as acusações que estão sendo divulgadas sobre possível caso de
assédio envolvendo um diretor.
O mesmo nega com veemência as
acusações, mas o Conselho Administrativo resolveu afastá-lo da empresa, para
permitir que os fatos sejam apurados com total independência.
A Direção da empresa
reafirmou sua ética e respeito para com todos os colaboradores e parceiros e
declarou que repudia qualquer tipo de assédio, dentro e fora do ambiente de
trabalho.
O caso será apurado
internamente com rigor e as devidas providências serão tomadas, caso
necessário, para manter a excelência e a ética que sempre pautaram a gestão de
todas as empresas e suas relações com pacientes, colaboradores, fornecedores e
parceiros.”
Sem mais agradecemos a sua
divulgação e espaço; e esperamos que todo o caso seja finalmente esclarecido em
breve.
Atenciosamente,
Ass: de Imprensa do Grupo
Mercúrio