O Instituto Machado de Assis responsável por realizar diversos concursos
públicos em prefeituras do Maranhão, foi alvo da Operação Dom Casmurro, nesta
quinta-feira (07) no Piauí.
A operação foi realizada pela Polícia Civil do Piauí por meio da
Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), que cumpriu mandados de busca e
apreensão contra a empresa suspeita de fraudes em licitação para concursos
públicos. Além dela a Empresa Crescer também foi alvo da operação.
As empresas que tinham contratos no Piauí, Maranhão e outros estados do
Norte e Nordeste, agiam com o intuito de fraudar as licitações, alternando a
empresa vencedora para realizar certames nos municípios.
Segundo o delegado Ferdinando Martins, coordenador da Deccor, indícios
apontavam que os concursos públicos realizados pelas empresas eram feitos de
maneira irregular. A partir disso, ficou comprovado que os concursos que
possuíam indícios de fraude eram organizados pelas duas empresas investigadas.
“A gente já vinha investigando essas duas empresas e as pessoas que
operam nelas, foi quando percebemos que várias licitações realizadas por elas
tinham editais direcionadas para que apenas uma das empresas sagrasse vencedora
da licitação, e percebemos que tudo isso era dolosamente direcionado pelo
município para favorecer uma das duas” afirmou o delegado.
Ainda segundo o coordenador, as empresas também são suspeitas de estarem
envolvidas com resultados de concursos polêmicos, tanto no Piauí quanto no
estado do Maranhão. A Polícia Civil informou ainda que pessoas envolvidas
com as empresas também estão sendo investigadas.
O trabalho de apuração mostrou que as empresas agiam em municípios do
Piauí (Altos, Campo Maior, Luís Correia, Cocal, Joaquim Pires) e também no
Maranhão (Açailândia, São Domingo do Azeitão, Tuntum, Raposa, Santa Inês,
Pastos Bons) entre outros.
A Justiça determinou ainda que as empresas Crescer e Instituto Machado
de Assis, alvos da operação estão proibidas de realizar concurso público
no País.
VÍNCULO ENTRE AS EMPRESAS
O delegado ressaltou também que durante as buscas realizadas nas
empresas e nos endereços de pessoas relacionadas ao Instituto Machado de Assis
e Crescer foram encontrados vários documentos que apontam o envolvimento entre
as empresas, com a finalidade de direcionar as licitações.
“A operação focou no direcionamento das licitações e no núcleo
empresarial, que eram as pessoas que estavam operando e desenvolvendo as
atividades, colaborando com o grupo. Nós cumprimos mandados de buscas nas casas
dessas pessoas e encontramos várias vinculações entre as empresas,
documentações, editais, comprovações de participações nas licitações com certo
revezamento, destacando quem iria participar da licitação, quem seria o
preposto e isso serviu para corroborar com muita coisa que a gente tinha nessa
fase inicial. A fraude consistia em elas simularem disputas em algumas
licitações, onde uma inabilitava a outra por motivos aparentemente simples, o
que demonstra que elas já vão preparadas e ajustadas para quem vai ganhar aquele
certame, a ideia era essa”, acrescentou o Ferdinando Martins.
Um levantamento foi produzido e verificou-se que juntas, as empresas
conseguiram lucrar pelo menos R$ 4 milhões nos últimos quatro anos. As
investigações serão intensificadas, pois há suspeitas que irregularidades nos
demais municípios que as contrataram para organização dos certames.
Do Blog Enquanto Isso no Maranhão