A Prefeitura de São José de Ribamar determinou o afastamento por 60 dias
de Helena Rita Ferreira Sousa, diretora da Escola Profª Augusta Maria Costa
Melo, em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís. Ela foi
acusada de racismo por condicionar a matrícula de uma criança de oito anos
a um corte de cabelo, que seria norma da escola. A família da criança registrou um boletim de
ocorrência e entrou com um processo na Justiça contra a diretora. Um processo
administrativo também apura a denúncia de racismo. A Secretaria de Educação de
São José de Ribamar negou que haja qualquer orientação de não matricular
crianças por corte de cabelo.
“Isso não
é tolerado, não é uma recomendação. Infelizmente, se deu isso, mas não é uma
regra da educação. Me surpreendeu bastante e isso não é um fato impeditivo, de
forma alguma, para a matrícula da criança”, declarou a secretária de educação
de São José de Ribamar, Joana Marques.
Por causa
do constrangimento, os pais da criança estavam com dificuldade para encontrar
uma escola inclusiva, já que o menino de cabelos cacheados e pele negra é
autista. Mas o município providenciou soluções.
“A vaga
da criança está garantida na escola municipal Nice Lobão, a Prefeitura também
disponibilizou serviços especializados na escola Dra Maria Amélia Bastos, que é
uma escola para atendimento de pessoas com deficiência”, disse a secretária
Joana.
A
diretora Helena Sousa acusa os pais do menino de calúnia e difamação. O
advogado dela afirmou que, em momento algum, ela agiu com discriminação ou
preconceito racial.
“Não
houve em momento algum qualquer citação acerca de corte de cabelo, que não
haveria a matrícula por conta do cabelo da criança. Ela [Helena] é casada com
um negro, tem nove filhos negros. Então essa afirmação de discriminação e
preconceito racial não merece prosperar porque, se ela assim o fizesse, estaria
atacando a própria família dela”, contou o advogado Cristian Cavalcante.
No
entanto, na última semana , em entrevista à TV Difusora, a diretora admitiu que
disse para o pais cortarem o cabelo dele.
“Eu
perguntei para ela [mãe] no caso do cabelo, se tinha como ele cortar o cabelo
social. Ela disse que não, que ia pensar. Eu disse que tudo bem, então a
senhora pensa porque a escola tem um padrão porque a gente sempre chama os
militares, os bombeiros para fazerem palestras. Então estão todos bonitinhos,
normal, tudo social”, disse a diretora na entrevista.