Engavetado em meados de 2013 pela governadora Roseana Sarney (PMDB), o
inquérito que apura o envolvimento de prefeituras, prefeitos e ex-prefeitos do
Maranhão com esquemas de agiotagem, uma das principais razões pelas quais o
estado detém um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) no
Brasil, deve ser reaberto pelo governador Flávio Dino (PCdoB) nas próximas
semanas.
A informação foi divulgava pelo secretário de Segurança Pública,
delegado Jefferson Portela, na última segunda-feira (10), durante visita à
Assembleia Legislativa.
Por se tratar de uma reabertura de caso, o inquérito deve tomar por
base as investigações feitas pela Superintendência Estadual de Investigações
Criminais (Seic) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às
Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público (MP) Estadual, que
identificaram a participação de 41 municípios, gestores e ex-gestores
supostamente envolvidos com os crimes de agiotagem - inclusive em tramoias com
a quadrilha que executou o jornalista Décio Sá.
No mapa da corrupção, pelo menos 23 prefeituras investigadas, o que
representa mais da metade, estavam sob o comando de partidos que fazem parte da
base aliada de Dino - inclusive coligados com o partido do governador, o
PCdoB, durante o período eleitoral.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Augusto Barros Neto - na
época titular da Seic e responsável pelas investigações, "um mandato de
prisão" já poderia ser expedido contra todos os envolvidos com máfia
dos agiotas.
- A qualquer momento poderá sair um mandado de prisão contra alguns
dos 41 prefeitos e ex-prefeitos que estão sendo investigados pela Polícia
Judiciária, por envolvimento com a máfia dos agiotas que vinham agindo no
interior do Maranhão. Até mesmo o município de São Luís tem gestor que está
sendo investigado - afirmou Barros à época, em entrevista ao O Imparcial.
Abaixo, a lista conjunta da Seic e da Gaeco, que pedia a quebra de
sigilos bancários e fiscais das contas das prefeituras investigadas: