No áudio, os parlamentares
Nalva Veras, Rubens Sá, Felipe Aguiar (oposição), Elias Pastinha, Semeão Sobral
Vilela, e Gedeon Gonçalves, o Amigão (governo), e o prefeito Nelson conversam
sobre como o repasse de dinheiro será feito.
Na ocasião, o prefeito chega a
perguntar para um dos vereadores se ele conhece alguma professora, pois o
montante, acordado entre eles, poderia ser pago com recurso do Fundeb – Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais
da Educação.
Na conversa, fica clara
intenção de Nelson em cooptar os parlamentares para que esses atuem prol dele
na Câmara Municipal.
Os vereadores Nalva Rubens e Felipe denunciaram o
crime cometido pelo gestor ao Ministério Público, que deverá abrir um
procedimento para investigar a conduta ilícita de Nelson. (relembre)
Leia a conversa a seguir:
“Então tá fechado? Pois fica
entre nós a negociação aqui. Vou ver a data e passo amanhã eu ligo, que aí meu
amigo dá R$ 18 mil”, confirma o
gestor de Porto Franco.
“E a nossa conversa é outra
né?”, pergunta Nalva ao prefeito Nelson; o gestor responde:
“e ainda tem mais ainda? Sim diz aí!”
A vereadora retruca: “Diz aí moço, você que é o …”;
e Nelson dá resposta negativa: “– não, eu não!”
O parlamentar Felipe entra na
conversa. “Nem milzinho a mais aí?”, questiona. E o prefeito responde: “Deixa eu olhar aqui, esse teu
eu posso botar na conta da tua mulher?”
O vereador propõe que o
dinheiro seja colocado na conta de seu pai. “Tenho do meu pai, pode botar não?”
A parlamentar Nalva dá outra
alternativa de conta bancária para que o montante seja depositado: “tem a Fernanda!”
E o prefeito conjectura:“se tivesse professora…”. E Nalva confirma: “pois é!”
Em seguida, Nelson explica o
porque a depositar o repasse na conta de alguma professora seria melhor: “é? Por que pra fazer de outro jeito vai ter que pegar nota, pegar
dinheiro ….por isso a do professor … entendeu ?“. E ele continua: “sim , tu diz pra ele que eu
vou botar 30 que ai no caso vai descontar 27,5% do imposto”.
Felipe questiona quando cairá
o pagamento, já que iria fornecer a conta do pai: “daí na época que cai o salario
dele , cai junto ? por que os contratos é primeiro né?”
E o prefeito diz quando o
repasse vai cair e estipula um prazo para o fornecimento dos números da conta
bancária. E, em seguida, volta ao assunto da professora: “é o quinto dia útil
(Inaudível), aí semana que vem tem que me passar, até semana que vem viu? Se tu
pudesse ter duas professoras…”
Em outro trecho do áudio, a
vereadora conversa com o prefeito sobre alguém que tem um cargo de técnico de
engenharia: “(Inaudível) ele é técnico de engenharia, mas o cargo dele foi
esse”, afirma Nalva. “O dele é como se fosse uma
assessoria”, explica Nelson.
E o assunto continua e Nalva
diz: “mas
mesmo assim, auxiliar de engenharia é dois mil a média”. E o
prefeito do Porto Franco volta a tocar no caso das professoras: “se pudesse colocar as professoras seria melhor pra mim, porque é
do FUNDEB”.
O vereador Felipe afirma que
Eura, que possivelmente é profissional da educação, é amiga de Nalva: “a Eura é tua amiga”.
E o gestor questiona: “a Eura não pega não?” E a vereadora diz que não.
Nelson diz que a Eura é
adjunta: “ela é adjunta (Inaudível)”.
Com a dificuldade de encontrar
meios para fazer o depósito do dinheiro, o gestor explica o imbróglio: “o problema do dinheiro é o
seguinte: eu posso tirar do ICMS do FPM e jogar na educação, mas não posso
pegar da educação e jogar em outro”.
E Nalva confirma: “eu sei!” O Felipe pergunta: “FUNDEB é só pago educação?” Nelson responde: “é! só 60% é só professor.”
Nalva: “60%“. O prefeito de Porto Franco fala: “é o que ITACY recebia, ITACY
recebia dos 60%” A
vereadora pergunta incrédula: “É?” E o
gestor detalha: “É! Setor de compras do FUNDEB, FUNDEB 60%. Tá no contra cheque
dele. Os cara tão pensando que esse negocio de fantasma não deu nada, que não
deu?”
Diante do diálogo acima, fica
explícita a negociação de compra de vereadores conduzida pelo prefeito de Porto
Franco.