A produção do De Olho em Grajaú conseguiu entrar em contato dentro da Reserva Indígena Cana Brava, com um dos lideres do movimento na Aldeia, o cacique Marcos Mariano, que explicou os motivos da tentativa de interrupção de energia das torres da Eletronorte na TI Cana Brava e, falou sobre a reunião.
O cacique disse ao De Olho em Grajaú que; O movimento já dura 08 dias na BR-226 e os motivos são porque desde 2012 a
população indígena vem sofrendo com esse problema da Eletronorte, e que
solicitaram via MP (Ministério Publico) os estudos dos danos dos impactos
ambientais, que as torres das linhas de transmissões causam na terra indígena,
onde eles não podem utilizar da terra onde passa a linha.
Ele disse que sempre a Eletronorte vem enrolando os
povos no acordo que foi feito e, chegou um certo momento que em 2014 foi
solicitado um apoio emergencial onde foi deliberado um repasse, para comprar
alimentação para os indígenas e, depois chegou o resultado dos estudos do
impacto ambiental no local.
Onde a própria Eletronorte criou o PBA (Plano Básico
Ambiental), onde este projeto foi feito oficina em cada aldeia, e esse projeto
PBA não está mais acontecendo. Em 2019, segundo Marcos eles sempre foram
enrolando e o caso foi para a antecipatória, onde chegou as sementes para o campo
agrícola e, em 2020 a pandemia chegou e impossibilitou a entrada das equipes e,
até no momento nada feito e a empresa nunca foi licitada, ou seja contratada
para fazer o programa e, foi então que isso tudo levou aos indígenas há fazer esta
manifestação pacifica sem baderna.
Segundo Marcos a Eletronorte veio junto com a FUNAI
numa sexta-feira para contratação da empresa, um contrato que duraria 90 dias. Mas como já vem
anos de enrolação foi proposta que se entregassem cestas básicas, mas, os indígenas
não aceitaram e queriam a execução do programa e, foi por isso que gerou esta
manifestação pacifica sem greve disse ele.
Ele finalizou dizendo que é por isso que vieram o
pessoal da Eletronorte com a PF, mas só os representantes da Eletronorte
entraram na reserva para a reunião, já que não está autorizada a entrada da
policia na reserva, por isso ficaram no limite da terra indígena com o Povoado
Sabonete. Marcos continua participando da reunião e informou que logo se tenha
detalhes do resultado final, estará entrando em contato com o De Olho em
Grajaú.