Esquema de desvios de recursos no MA era chamado de “Presentinhos”

 


Integrantes de um suposto esquema de desvios de recursos públicos destinados à Educação no Maranhão chamavam a propina paga a servidores públicos de “presentinho”, segundo mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF).

Diálogos incluídos em relatório da corporação sobre o caso mostram indícios sobre o fluxo do dinheiro desviado, que vinham principalmente de contratos para aquisição de materiais didáticos com dinheiro público.

Um deles ocorre entre dois dos supostos intermediários do esquema, que, segundo a PF, atuavam da mesma forma em diversas cidades do estado. Ambos tratam sobre “um pagamento de Estreito”, em referência ao município de Estreito, no Maranhão.

“O que que teria que ter acontecido, um pagamento de Estreito pra quando a gente for levar o presentinho da secretária, entregar pra ela antes da reunião, entendeu? Pra quando chegar na reunião já tá totalmente no nosso lado”, afirmou um dos intermediadores em áudio.

Para a PF, o áudio aponta que “resta claro o modus operandi em relação ao repasse de propina pela suposta organização criminosa, tendo em vista que o mesmo alega que se o pagamento à empresa pelo município de Estreito/MA tivesse acontecido, poderiam levar o ‘presentinho’ da secretaria”.

Outros diálogos entre os mesmos interlocutores também mostram ambos conversando sobre o montante da propina cobrada. Em uma conversa, dessa vez sobre a cidade de Buriti Bravo (MA), um dos intermediadores diz ao outro que “não teve cão que fizesse fechar nos 30”.

O outro, então, responde que “aqui é 25”, ao que o outro diz: “Espero”.

Como mostrou a coluna, a investigação que levou os agentes ao esquema de desvios na Educação no Maranhão começou a partir de uma apreensão, ainda em janeiro de 2022, de R$ 575 mil em espécie.

O dinheiro estava sendo transportado pelos dois intermediários que figuram como interlocutores nas conversas citadas acima.

Ambos, ao serem interrogados pelos agentes, não apresentaram “justificativa idônea apta a fundamentar” o motivo de estarem transportando R$ 575 mil em espécie, além de apresentarem versões da história conflituosas entre si, levantando a suspeita na PF de lavagem de dinheiro.

Via: 
@portaljohncutrim

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