O envolvimento intenso
com debates políticos pode ultrapassar os limites do interesse saudável e se
transformar em uma obsessão prejudicial à saúde mental e às relações
interpessoais. Especialistas alertam que o fanatismo por figuras públicas, como
Lula ou Bolsonaro, pode levar ao isolamento social, desgaste emocional e até
dificuldades no ambiente de trabalho ou estudo.
Segundo psicólogos, muitas pessoas não percebem
que estão desenvolvendo um comportamento obsessivo. Em alguns casos, amigos e
familiares identificam primeiro os sinais, como a incapacidade de falar sobre
outros assuntos, reações agressivas a opiniões divergentes e um consumo
excessivo de conteúdos políticos.
“O problema não está na opinião política em si,
mas no comportamento compulsivo. Quando a pessoa passa a viver em função disso,
sentindo ansiedade, raiva e necessidade constante de reafirmação, pode ser um
sinal de alerta”, explica a psicóloga Ana Mendes.
Como identificar o problema
Os especialistas apontam que a obsessão política
pode ser comparada a outros tipos de fixação compulsiva. Entre os principais
sinais de alerta estão:
- Irritação excessiva ao ouvir opiniões diferentes;
- Necessidade de defender determinada figura
política em qualquer situação;
- Dificuldade em se desligar do assunto, mesmo em
momentos de lazer;
- Afastamento de amigos e familiares por
divergências políticas;
- Ansiedade e estresse frequentes relacionados a
temas políticos.
A psicóloga reforça que reconhecer o problema é o
primeiro passo para recuperar o equilíbrio. “Reduzir o consumo de notícias,
buscar outros interesses e manter contato com pessoas de diferentes
perspectivas são estratégias importantes. Política faz parte da vida, mas não
deve ser o único fator que define quem somos”, conclui.