Grajaú e o apelido que ainda pesa: “a terra do já teve”

 


É um dito antigo, repetido de geração em geração: "Grajaú, a terra do já teve". A frase, ouvida com frequência pelos mais velhos da cidade, voltou a ganhar força diante do abandono de um dos espaços que já foi símbolo de lazer e natureza no município — o Parque Municipal Olho d’Água.



Localizado no bairro Trizidela, bem no coração da cidade, o Olho d’Água já foi promessa de revitalização. Durante a gestão do ex-prefeito Otsuka, o projeto previa a transformação da área em um espaço turístico, com infraestrutura para receber visitantes. Na prática, parte da promessa foi cumprida: houve limpeza do matagal, colocação de piçarras, instalação de placas, lixeiras, telas de proteção, muretas, bancos e pontes de madeira sobre os córregos.  



Mas o tempo passou, a gestão mudou, e a manutenção ficou no esquecimento. Sem continuidade, o local voltou ao abandono. A revitalização completa, se chegou a contar com emendas parlamentares ou recursos, nunca saiu do papel. E o que deveria ser um cartão-postal da cidade, hoje é apenas mais um exemplo do que “já foi”. 



Neste 23 de abril, um morador da cidade visitou o parque com a família e se deparou com a cena de descaso: mato alto, estrutura deteriorada e um espaço que, segundo ele, "entristece o coração de qualquer grajauense". Preocupado, ele procurou a imprensa para fazer um apelo: que as autoridades olhem novamente para o Olho d’Água e devolvam à população um espaço de lazer digno.



“É triste ver que não temos mais para onde levar nossos filhos no fim de semana. Tudo está abandonado”, desabafa. “Grajaú precisa sair desse título de ‘terra do já teve’. Precisamos de novos rumos.” 

O pedido segue para as autoridades. A população espera por respostas — e ações.

 

0/Post a Comment/Comments