Lideranças indígenas da etnia Guajajara, que vivem na Terra Indígena Araribóia, em Amarante do Maranhão, acusam a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, de promover perseguição e provocar um clima de tensão dentro da reserva. Segundo os relatos, os indígenas se preparam para um possível conflito, após uma decisão ministerial que proibiu a criação de gado na região.
A criação de gado em pequena escala é, segundo os Guajajara, uma das principais formas de subsistência das famílias que vivem na terra indígena — especialmente diante da ausência de políticas públicas voltadas ao incentivo à produção agrícola e geração de renda. A decisão impacta diretamente centenas de famílias que vivem há mais de 40 anos na área.
Além da restrição à pecuária, os indígenas denunciam também a proibição da entrada de missionários evangélicos e o veto ao uso de cercas para contenção de animais. As medidas, segundo eles, têm sido implementadas com o uso da força policial, o que tem aumentado o clima de medo e insegurança dentro da reserva.
A Terra Indígena Araribóia já é historicamente marcada por conflitos com invasores e sofre com o avanço do desmatamento ilegal. Nos últimos anos, os próprios indígenas têm atuado na linha de frente da proteção ambiental, combatendo atividades criminosas e defendendo o território. Agora, no entanto, o conflito parece estar se voltando para dentro, com críticas crescentes à gestão de Sônia Guajajara.
Até o momento, a ministra dos Povos Indígenas não se pronunciou oficialmente sobre as acusações.