Imprensa se volta para paralisação das obras da ponte JK entre MA e TO

 


Nesta terça-feira (05), trabalhadores da obra de reconstrução da Ponte Juscelino Kubitscheck, que liga os estados do Maranhão e Tocantins, cruzaram os braços em protesto contra o que classificam como condições de trabalho análogas à escravidão. A ponte desabou em dezembro de 2024, matando 14 pessoas e deixando outras 3 desaparecidas. Desde então, a reconstrução da estrutura ficou sob responsabilidade do Consórcio da Ponte Juscelino Kubitscheck.

De acordo com relatos dos operários, muitos estão recebendo salários bruto de apenas R$ 1.090,63, valor inferior ao salário mínimo nacional. Além da remuneração precária, os trabalhadores denunciam jornadas exaustivas, incluindo sábados, domingos e feriados, sob intenso calor, sem qualquer compensação por horas extras ou adicional de insalubridade.

“Estamos sendo tratados como escravos. Trabalhamos expostos ao risco, sob o sol quente, lidando com concreto, ferro e máquinas pesadas. E ainda recebemos menos que o salário mínimo”, disse um dos grevistas, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

A greve ocorre em meio ao histórico trágico da obra, que já carrega a marca da negligência após o colapso da ponte no final de 2024. A paralisação dos serviços reacende a discussão sobre a responsabilidade do poder público na fiscalização das condições de trabalho em obras públicas e no cumprimento da legislação trabalhista por parte de empresas contratadas.

Até o momento, o Consórcio responsável não se pronunciou oficialmente sobre a paralisação e as denúncias. Os trabalhadores prometem manter a greve até que suas demandas sejam atendidas.

O Ministério Público do Trabalho e órgãos de fiscalização como o Ministério do Trabalho e Emprego devem ser acionados para apurar as denúncias.

O Consórcio responsável pela reconstrução da ponte, foi procurado pela nossa reportagem, e até o fechamento desta matéria, não se manifestou.

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